22 de agosto de 2011

Vida @

A minha mãe toma conta de uma senhora de idade, ela é formada nessa área por isso resolvemos criar uma casa para ter 2 ou 3 idosos, quando foi a altura de criar pensamos muito nas cores a escolher queriamos cores alegres mas não fortes de mais. A casa de banho acabou por ficar verde e branca, está linda, eu adoro-a, mas pronto como eu estava a dizer ela agora está apenas a cuidar de uma e às vezes tenho de a ir ajudar, substitui-la quando ela precisa de sair. Hoje foi mais um desses dias, a senhora é cega e apesar de não ter dificuldades em movimentar-se apenas quer estar na cama e nem até à sala gosta de ir. Hoje quando lhe fui dar o jantar pus-me a pensar nós tivemos tanto cuidado a escolher as cores e os móveis e a senhora nem imagina como é a casa, de que cor é a mesa onde se senta, o quarto onde dorme, não imagino o que é ser cega, não ver a beleza do mundo, as cores de um jardim, ou de uma simples parede, permanecer na ignorancia de não se saber sequer o aspecto do espaço onde se passa maior parte do tempo. No fim do jantar quando a ia pôr ao quarto reparei na sua cómoda, tinha fotografias e o que me chamou mais à atenção, um papel enrolado e preso com uma fitinha dos embrulhos, o papel dizia "Avó Cristina" e quando o desembrulhei era um desenho de um dos seus netos pequenos. Fiquei a pensar naquilo, ela não viu o que lá estava desenhado mas quase que aposto que ficou muito contente com aquele presente, apenas pela intenção.
Hoje fiquei a pensar muito na vida e no quão diferente pode ser para cada pessoa e o que uns desvalorizam
pode ser a vida de outros!

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